Alterações da linguagem após AVC (derrame)

As incapacidades decorrentes do AVC afetam a vida do paciente e de seus familiares mais próximos. Entre elas está a Afasia, um distúrbio de linguagem decorrente de uma disfunção cerebral que afeta circuitos neuronais relacionados à produção/expressão e compreensão da fala.

A causa mais comum para este distúrbio são os AVEs (Acidente Vascular Encefálico) do tipo isquêmico, mas pode ocorrer também em outros tipos de lesão como no traumatismo cranioencefálico.

O funcionamento da linguagem envolve várias estruturas cerebrais. A presença de uma lesão em áreas específicas do cérebro irá afetar o funcionamento destes circuitos, gerando um distúrbio de linguagem em diferentes graus e formas.

O tratamento fonoaudiológico irá auxiliar o paciente a superar suas dificuldades de linguagem, através de atividades de reabilitação baseadas no conceito da neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso se modificar através de estímulos externos e necessidades adaptativas.

O processo de reabilitação deve ser iniciado logo após a alta hospitalar aproveitando o período de maior plasticidade neuronal. Conforme o paciente realiza as atividades de linguagem os circuitos vão se reorganizando e tendem a recuperar parte da função comprometida.

Tais atividades são desenvolvidas respeitando a idade, os interesses e as vivências anteriores do paciente, seu nível intelectual e cognitivo, suas capacidades e limitações, buscando contribuir efetivamente para uma melhor qualidade de vida, autonomia e inserção social.

A evolução é um processo lento que envolve a ajuda individual, familiar e social. Muitas pessoas continuam sua evolução por anos e alguns danos podem ser irreversíveis. Entretanto, quanto mais cedo for realizada a avaliação e o inicio da intervenção melhores resultados alcançados.

Algumas orientações à família da pessoa com Afasia

Deixar que o paciente fale ou se expresse da maneira como for possível, não o interrompa, seja paciente, tenha calma e compreensão esforçando-se para compreender o que ele deseja dizer e se preciso ajudando-o, mas sem “falar por ele” o tempo todo;
Ao se comunicar com o paciente, falar de forma clara, pausada, falando uma pessoa de cada vez;
Evite comentar com outras pessoas sobre as dificuldades de comunicação do paciente na sua presença, isso pode desmotivá-lo;
Converse com o paciente sobre aspectos do dia a dia, como por exemplo, o que será feito no dia, quais atendimentos serão realizados, em que horários, sobre o que deseja comer, se o que esta comendo está bom, sobre programas que estejam assistindo, sobre fatos vividos, como viagens, aniversários, datas marcantes…
Evite chamar a atenção para as dificuldades que apresenta (Não consegue isso? Não se lembra? Ah! Mas ele não se lembra nem disso…)
Busque valorizar suas conquistas ainda que pequenas (Você está conseguindo ler e escrever… já está se lembrando disso…);
Encoraje o paciente a participar das atividades familiares para que não se sinta isolado do grupo;

Fonte: Fonoaudiologia em Foco

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