O que são Úlceras por pressão

1 – Classificação da Úlcera por Pressão em Estágios

O sistema de classificação em estágios da UPP foi criado pelo “National Pressure Ulcer Advisory Panel” (NPUAP) em 1989 e foi baseado na classificação inicial de Shea e da “International Association of Enterostomal Therapy”. Representa a quantidade de perda ou destruição tecidual ocorrida. A classificação do NPUAP foi incorporada posteriormente nas Diretrizes ou recomendações da AHCPR para prevenção e tratamento da UPP.

Entretanto, as descrições originais do NPUAP não eram muito claras para os profissionais e levavam muitas vezes a classificação inadequada devido a dermatite perineal e ou a lesão tissular profunda.

Em fevereiro de 2007 após um trabalho de revisão iniciado em 2001 e que durou 5 anos o NPUAP apresentou a nova definição da Úlcera por pressão e os estágios. A definição e classificação foram revisadas pelo NPUAP com contribuições dos profissionais e validação de aparência, clareza, utilidade e discriminação. A versão final da definição e descrição foi revisada em uma conferência de consenso onde os comentários foram utilizados para criar as definições finais.

Foram mantidos os quatro estágios originais e adicionados mais dois referentes à Lesão Tissular Profunda e Úlceras que não podem ser classificadas.

1.1 – Definição de Úlcera por Pressão

Úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento. Inúmeros fatores contribuintes ou fatores de confusão podem também estar associados às úlceras por pressão; o significado desses fatores, no entanto, ainda deve ser elucidado.

1.2 – Estágios das Úlceras por Pressão

– Suspeita de lesão tissular profunda:

Área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devidas a dano no tecido mole, decorrente de pressão e/ou cisalhamento. A área pode ser precedida por um tecido que se apresenta dolorido, endurecido, amolecido, esponjoso e mais quente ou frio comparativamente ao tecido adjacente.

Descrição adicional:

Lesão tissular profunda pode ser de difícil detecção em indivíduos com pele de tonalidades mais escuras. A sua evolução pode incluir uma pequena bolha sobre o leito escurecido da ferida. A lesão pode evoluir e ficar coberta por uma fina escara. A evolução pode ser rápida com exposição de camadas tissulares adicionais mesmo com tratamento adequado.

– Estágio I:

Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode não apresentar embranquecimento visível: sua cor pode diferir da pele ao redor.

Descrição adicional:

A área pode apresentar-se dolorosa, endurecida, amolecida, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente. Feridas em estágio I podem ser difíceis de detectar em pessoas de pele com tonalidades escuras. Pode indicar pessoas “em risco” (um sinal precursor de risco).

– Estágio II:

Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou aberta/ rompida.

Descrição adicional:

Apresenta-se como uma úlcera superficial brilhante ou seca sem esfacelo ou arroxeamento (aspecto de equimose) *. Este estágio não deve ser usado para descrever skin tears, abrasões da pele por adesivos, dermatite perineal, maceração ou escoriação.

* indica suspeita de lesão tissular profunda.

– Estágio III:

Perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular. Pode incluir descolamento e túneis.

Descrição adicional:

A profundidade da úlcera por pressão em estágio III varia conforme a localização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste estágio. Em contraste, áreas com adiposidade significativa podem desenvolver úlceras por pressão em estágio III bastante profundas. Ossos e tendões não são visíveis nem diretamente palpáveis.

– Estágio IV:

Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida. Freqüentemente, inclui descolamento e túneis.

Descrição adicional:

A profundidade da úlcera por pressão em estágio IV varia conforme a localização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste estágio. As úlceras em estágio IV podem estender-se aos músculos e/ou estruturas de suporte (como fáscia, tendão ou cápsula articular), possibilitando a ocorrência de osteomielite. A exposição de osso/tendão é visível ou diretamente palpável.

– Úlceras que não podem ser classificadas:

Lesão com perda total de tecido, na qual a base da úlcera está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão.

Descrição adicional:

A verdadeira profundidade e, portanto, o estágio da úlcera não pode ser determinado até que suficiente esfacelo e/ou escara sejam removidos para expor a base da úlcera. Escara estável (seca, aderente, intacta, sem eritema ou flutuação) nos calcâneos serve como “cobertura natural (biológica) corporal” e não deve ser removida.

2 – Versão Reduzida

– Definição:

Úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.

– Estágio I:

Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode não apresentar embranquecimento visível: sua cor pode diferir da pele ao redor.

– Estágio II:

Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou aberta/ rompida.

– Estágio III:

Perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular. Pode incluir descolamento e túneis.

– Estágio IV:

Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida. Freqüentemente, inclui descolamento e túneis.

– Úlceras que não podem ser classificadas:

Lesão com perda total de tecido, na qual a base da úlcera está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão.

– Suspeita de lesão tissular profunda:

Área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devidas a dano no tecido mole, decorrente de pressão e/ou cisalhamento.

©Copyright 2007: National Pressure Ulcer Advisory Panel

Tradução para o português por Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos e Maria Helena Larcher Caliri. Documento publicado na Revista ESTIMA, v. 5, n. 3, jul./ago./set. 2007.

Versão original disponível no site da “National Pressure Ulcer Advisory Panel” (http://www.npuap.org)

Especialidades

Neurologia Geriatria Pneumologia Medicina do Sono Reumatologia Endocrinologia Enfermagem Fonoaudiologia Terapia Ocupacional Nutrição Psicologia Fisioterapia
X
No que posso ajudar?